UNC - Iniciativa reúne todo o setor
Entre as iniciativas setoriais de 2006, ganhou destaque a criação da UNC (União Nacional da Construção), movimento que representa 87 entidades nacionais e regionais do macrossetor da construção e do mercado imobiliário, criada em agosto deste ano, sob coordenação da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Como primeira tarefa, o grupo apresentou aos candidatos à presidência da República e aos governos estaduais, o estudo A Construção do Desenvolvimento Sustentado, desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, com propostas para o crescimento do País e medidas efetivas para o setor da construção civil, por meio do investimento nos setores de infra-estrutura (malha rodoviária, geração de energia elétrica, saneamento e habitação social) e do estímulo à iniciativa privada no investimento à produção de moradias. De acordo com o estudo, são necessários investimentos anuais de R$ 11,7 bilhões na recuperação e expansão da malha rodoviária; R$ 6,8 bilhões em geração e transmissão de energia; R$ 6 bilhões na ampliação do acesso à água e ao esgoto; R$ 10,2 bilhões na redução do déficit habitacional e no financiamento da habitação social; além de incentivos para aumentar em R$ 16,8 bilhões os investimentos em habitação. Em curto prazo, a análise da FGV estima que ocorra um acréscimo de 1,396 no PIB em relação aos valores de 2005; criação de 877 mil novos postos de trabalho e incremento de R$10,1 bilhões no valor dos impostos e contribuições arrecadados.
Em longo prazo, o estudo conclui que os investimentos gerariam, entre outros benefícios, incremento de 196 da taxa de crescimento anual do PIB per capita. Em 2010, o País atingiria um IDH igual a 0,815, ocupando posição entre os países considerados de índice alto.
Após as eleições, a União Nacional da Construção dará continuidade às suas atividades, com uma pauta nacional de assuntos de interesse geral do setor. Um dos itens será o acompanhamento das próximas administrações e a melhor forma de contribuir com os futuros governos.
Construção e desenvolvimento
Depois de anos de luta e percalços, a cadeia produtiva da construção - representada por 33 entidades nacionais e 90 regionais - consolidou, recentemente, a criação da UNC (União Nacional da Construção). Trata-se de um movimento que reúne todo o macrossetor da construção: projetistas, consultores, fornecedores de materiais, construtores, incorporadores, agentes financeiros, locadores, lojas de materiais de construção, administradores e corretores de imóveis. Esse grupo decidiu se reunir em torno de um projeto, inédito, que consiste em pensar o setor de maneira convergente e, assim, estabelecer uma forma objetiva e eficaz de contribuir para o desenvolvimento do País.
Queremos e podemos elevar, em poucos anos, por meio de investimentos adequados em infra-estrutura, o atual IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) brasileiro, que ocupa hoje o 63º lugar na classificação mundial. Queremos e podemos aumentar, de forma significativa, a expectativa de vida e a renda per capita dos brasileiros.
Estamos certos de que a União Nacional da Construção veio para ficar. Não podemos nos conformar com a realidade atual. Não podemos aceitar que o Brasil siga crescendo, em média, apenas 2,5% ao ano, e que seu patrimônio em infra-estrutura seja dilapidado pela falta de recursos para investimento. Não podemos nos conformar, por último, com as condições precárias em que vive a população carente.
A UNC pretende pôr um fim a esse ciclo perverso de estagnação. Queremos mostrar aos governantes, e à sociedade em geral, que o setor da construção - a exemplo do que já ocorre hoje nos países desenvolvidos - pode imprimir ao País um novo ritmo de desenvolvimento econômico e social, sem colocar em risco a estabilidade conquistada e que já constitui um patrimônio dos brasileiros.
O primeiro projeto elaborado pela UNC, contratado junto à Fundação Getúlio Vargas e apresentado aos candidatos à presidência da República, está focado em dois pilares básicos: na opção clara do próximo governante pelo crescimento acelerado da economia e na escolha do modelo que nos levará a alcançar as metas pretendidas.
Neste momento, a pergunta que se coloca é: por que a opção preferencial pelo desenvolvimento? Porque, normalmente, os governos tendem ao conservadorismo, evitando os riscos da ousadia. Foi o que aconteceu com o Brasil nos últimos 25 anos, quando quebramos um ciclo de crescimento expressivo (média de 7,3% ao ano, entre 50 e 80) e entramos numa fase de equilíbrio econômico e fiscal. Os últimos governos adotaram medidas sábias, necessárias, mas que não vieram acompanhadas de um projeto de desenvolvimento de longo prazo, deixando-nos a reboque de outros países em situação similar.
E qual seria o melhor modelo para se alcançar as metas de desenvolvimento? A nosso ver, basta olhar para o passado e analisar o que fizeram países como China, Índia e Coréia, que seguiram um caminho diferente do nosso. Nos últimos 20 anos, o nível de investimento desses países, medido pela FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) - da qual a cadeia produtiva da construção participa com aproximadamente 65% -, esteve sempre superior aos índices do Brasil. Ou seja, quem embasou seus projetos de desenvolvimento no setor da construção obteve melhores resultados. Não se trata de advogar em causa própria, e sim de constatar uma realidade.
É importante lembrar que, no passado, o Brasil já foi uma China, uma índia ou uma Coréia. Porque, entre os anos 50 e 80, os governos - por motivações diversas - investiram pesadamente na cadeia produtiva da construção. Construir era uma meta! No governo JK, por exemplo, o País se transformou em um canteiro de obras!
O próximo presidente da República passará à História se conseguir romper o círculo vicioso dos últimos 26 anos, imprimindo ao País um ritmo de crescimento econômico mais acelerado. No esforço para atingir esse objetivo, ele poderá contar, desde já, com o apoio decisivo da UNC, um movimento empresarial maduro e consciente, construído em torno de idéias e conceitos. Estaremos unidos em torno de uma missão histórica: contribuir para que o Brasil se torne uma Nação mais rica, moderna e democrática.
Fonte: CBCA