Estética industrial e solução urbanística

A arquitetura do Centro de Feiras e Exposições de Minas Gerais (Expominas) utiliza estética industrial, identifica-se com os edifícios históricos do Parque da Gameleira e ajuda na solução viária local

A arquitetura do Centro de Feiras e Exposições de Minas Gerais (Expominas) utiliza estética industrial, identifica-se com os edifícios históricos do Parque da Gameleira e ajuda na solução viária local

A obra projetada pelo arquiteto Gustavo Penna está hoje em sua segunda fase de construção. A primeira etapa corresponde a uma área construída de 13.797 m e foi entregue em 1998. A segunda etapa correspondente a 58.028 m de área construída, consolidando uma área construída total de 71.825 m, começou em abril deste ano e encontra-se em andamento, a cargo da Via Engenharia, que foi responsável também pelos trabalhos da fase anterior.

O projeto, na linha tradicionalmente seguida pelo arquiteto, que adquiriu renome internacional explorando as possibilidades das estruturas metálicas (ver exemplo da Escola Guignard/Universidade Estadual de Minas Gerais), considerou não apenas as edificações propostas, mas todo o conjunto do Parque da Gameleira e as projeções de afluência de público via metrô e outras formas de acesso ao local. O centro, para quem ali chega pela Avenida Amazonas, abre-se como um portal na extensão plana, caracterizada pelo eixo principal que orienta os percursos.

E seja de onde for que se observe o conjunto, a visão é de uma elegância e simplicidade marcando a disposição dos três pavilhões, projetados para usos variáveis, mas autônomos, conquanto com possibilidades de interligações por meio da utilização de grandes portas acústicas corrediças.

"Nesse conjunto, eu e equipe tivemos a preocupação de utilizar uma estética industrial com coberturas metálicas para vãos de 25 m. O fechamento lateral é feito com telhas termoacústicas, em uma composição que proporciona a imagem tecnológica forte, contemporânea, em absoluta harmonia volumétrica com os edifícios do parque que, desde o início, era o nosso objetivo. As proporções, capacidade, receptividade e pluralidade do conjunto estão expressas no resultado final", informa o arquiteto. A engenharia colocada em prática na execução do conjunto assegura a correção das propostas arquitetônicas do projeto.

Os pavilhões, de dimensões variáveis, estão modulados para possibilitar diferentes arranjos das feiras conforme os estandes de 5 m de profundidade em ruas de 3 a 5 m de largura, dispondo, cada um, de baterias de sanitários, lanchonetes e salas para os núcleos administrativos. Com essa configuração é possível a simultaneidade de atividades: uma feira pode estar acontecendo no primeiro pavilhão, enquanto outra é montada no segundo e outra é desmontada no terceiro. Em nenhum momento essa simultaneidade interfere nas funções. E há, nessa interação, uma vantagem: quando, acaso, houver eventos de grande porte, os três pavilhões podem funcionar como ambiente contínuo, acolhendo estandes de uma única promoção.

Distribuição dos Ispaços

A galeria de acesso tem a forma de varanda aberta, com 15 m de vão. Está apta a receber estandes de produtos distintos ao objetivo da feira, e que se beneficiam da clientela atraída para o evento principal. Junto à galeria em nível inferior estão dispostos os auditórios e salas de reuniões de apoio às exposições.

No subsolo dos pavilhões estão, adequadamente distribuídos, os espaços de carga, descarga, acomodação de contêineres, carpintaria, serralheria e as áreas para artes gráficas e depósitos dos montadores. Os acessos externos são claramente visualizados, de modo a permitir a independência da imagem institucional de cada evento.

Os acessos articulam-se, dentro do plano urbanístico geral, ao sistema viário do entorno - o metrô - e com as vias arteriais locais, facilitando os acessos do público e dos que precisem seguir até aos pátios de manobra e carga e descarga e às demais áreas de serviços específicos.

O complexo Expominas inclui auditório de 11.500 lugares, auditórios menores, salas de coordenação e apoio, centro de informações e comunicação, praça de alimentação, lojas, boutiques e outros espaços que têm em vista o conforto e a segurança dos usuários, tais como: copa, espaços para estabelecimentos bancários, correios, telefones, brigada de incêndio, escadas e rampas. As obras do entorno urbano são feitas com a estética compatível à força e à criatividade do conjunto.

Quelle: CBCA