
Traço Futurista
Para chegar a essa imagem na sede da Vivo, dois fatores foram fundamentais: a torre metálica de 110m de altura, que virou uma antena da operadora de celulares, e o revestimento da fachada, em aço inox
Apesar de não se tratar de um arranha-céu, o prédio da Vivo, na confluência das Avenidas Chucri Zaidan e Roque Petroni, ao lado dos shoppings centers Morumbi e Market Place, em São Paulo, destaca-se pelo seu aspecto futurista. O projeto do escritório Edo Rocha Espaços Corporativos em parceria com a WTorre Construtora, foi o vencedor dentre os 17 participantes de um concurso fechado que selecionou a melhor proposta para a construção da sede da Telesp Celular.
O arquiteto conta que, quando a empresa lançou a concorrência, em 2001, foi enfática em sua proposta, dizendo que precisava de um espaço capaz de abrigar atividades até, então, espalhadas por três edifícios, agregando parte da operação, que fosse marcante e capaz de projetar, à distância, a sua logomarca e remeter ao conceito de alta tecnologia. Um dos pedidos era de que o edifício projetado não fosse muito alto, considerando que perde a eficiência quando ocupado por uma empresa só. A partir daí, o marco visual passou a ser a antena.
O conjunto foi concebido a partir de estrutura de concreto pré-moldado executado pelo processo tilt-up. Trata-se de um sistema de pré-moldado in loco, em que o piso de concreto é executado no início para servir como fôrma às paredes então montadas, já com os vãos de portas e janelas. Com isso, eliminam-se os pilares periféricos, solução que traz grande agilidade à obra.
A área total do edifício é de 37.400 m², sendo 16.500 m² em subsolo. Com lajes de 3 mil m² por pavimento-tipo, é dividido em dois blocos interligados pelo hall de elevadores e pelas passarelas sobre o vazio central. Os sete andares contam com quatro pavimentos-tipo, uma cobertura, onde, em um dos blocos, fica a área da presidência, e dois pavimentos atípicos o térreo, com um auditório para 2.501 lugares, cafeteria, salas de conferência e showroom, e o primeiro andar, com salas de reunião e treinamento.
Devido ao tempo curto de construção de uma estrutura desse porte aproximadamente 14 meses, aliado ao sistema construtivo tilt-up da WTorre, as fundações das duas torres tiveram de ser executadas com estações embutidos de 1,5 a 2 m de diâmetro em rocha e arrasados no nível do térreo, com comprimento médio de 27 m.
O arquiteto lembra que, como o desejo era de que a fachada exibisse espécie de ondas que remetia à logotipia da Telesp Celular, a sugestão foi o uso de brises metálicos. Após a criação da Vivo, a solução foi trocada por painéis de aço inoxidável. A fim de estabelecer o contraste desejado, Edo Rocha explica que optou por faixas horizontais em inox fosco e plano e chapas curvas e polidas na parte vertical.
O impacto visual causado pelo revestimento brilhante e pela torre de 105 m de altura é um dos pontos mais marcantes do projeto. "Mas não se trata apenas de um marco visual, a torre serve também para substituir cerca de 50 antenas de transmissão de sinais da região", explica Rocha. Ele esclarece que até 40 m de altura foi executada com concreto moldado in loco e revestido com aço inoxidável, enquanto o restante da torre recebeu aço corten pintado, em forma de anéis, que simbolizam as ondas de transmissão de sinais da telefonia celular.
Se por fora o edifício transmite a imagem de alta tecnologia, dentro a sensação é a mesma. O elevador, por exemplo, conta com tecnologia de ponta por meio do gerenciamento de tráfego, fator que, além de contribuir com a economia de energia, melhora a performance operacional. O prédio dispõe ainda de um sistema de ar-condicionado insuflado pelo piso através de task air, com Volume de Ar Variável (VAV), do tipo stand alone, que permite ao usuário ter controle total da temperatura ambiente, tornando a permanência no local mais agradável com menor gasto de energia.
Quelle: CBCA